sexta-feira, 6 de maio de 2011

Encerrando

Bom pessoal, pra terminar a série dos 7 Pecados Capitais, uma música e uma sugestão de filme. Espero que gostem.


Luxúria 


Isabella Taviani

Dobro os joelhos
Quando você me pega, me amassa, me quebra,
Me usa demais
Perco as rédeas
Quando você demora, devora, implora sempre por mais
Eu sou navalha cortando na carne
Eu sou a boca que a língua invade
Sou o desejo maldito e bendito, profano e covarde
Disfaça assim de mim
Que eu gosto e desgosto, me dobro,
Nem lhe cobro rapaz
Ordene e não peça
Muito me interessa a sua potência, seu calibre e seu gás
Sou o encaixe, o lacre violado
E tantas pernas por todos os lados
Eu sou o preço cobrado e bem pago
Eu sou um pecado capital
Eu quero é derrapar nas curvas do seu corpo
Surpreender seus movimentos
Virar o jogo
Quero beber o que dele escorre pela pele
E nunca mais esfriar minha febre




O filme é antigo pessoal (1995), mas é muito bom.



Sinopse

.
Dois policiais, um jovem e impetuoso (Brad Pitt) e o outro maduro e prestes a se aposentar (Morgan Freeman), são encarregados de uma perigosa investigação: encontrar um serial killer que mata as pessoas seguindo a ordem dos sete pecados capitais.










Abraços

The Seven Deadly Sins - Lust

Bom final, chegamos ao nosso último pecado capital - a LUXÚRIA. 
Foi deixado por último propositalmente, por ser o meu maior vício... hehehe. 
Não se enganem muito com a luxúria pessoal, apesar de parecer um pecado fácil de se realizar, ele não é tão simples assim. Muitas pessoas pensam que a luxúria se restringe apenas aos prazeres sexuais, mas não é bem assim ( apesar dos prazeres sexuais serem os mais marcantes).

Mãos que deslizam, pele suada, abraço arretado, beijos eternos. Saliva, línguas, pernas entrelaçadas, costas nuas, pescoço marcado, mordidas de leve, toques ariscos, pés que se encontram.
De quatro, de costas, de lado, como Deus manda e como o Diabo gosta. Animal, sensual, tântrico, virtual. No olhar, e ás vezes no telefone. Mas sobretudo, na imaginação.
Desejo, tesão, orgasmo, êxtase, glória. Abraço tranquilo, exaustão, carinho.
E no entanto, a luxúria não se restringe ao sexo. Ela vive nos lençóis de seda, no colchão profundo, no suéter macio.
Escorre no chuveiro, acariciando a pele nua com volúpia; acarinhando os cabelos cheios de espuma, percorrendo caminhos indecentes com o sabonete.
A luxúria adora se enredar nos cabelos: soltos ao vento, desgrenhados na cama, molhados da chuva. Ah, banho de chuva… transgressão de criança que alimenta a luxúria da alma.
A luxúria toma café da manhã na cama, com croissants recheados, pão quente recém saído do forno, café recém passado e ovos fritos. E suco de laranja, de maracujá, de manga… luxuriosas frutas da paixão.
E janta comida bem feita e abundante, regada à vinho, cerveja ou champanhe… E se deleita na sobremesa: chocolate, morangos com chantilly, cremes doces dignos dos deuses no Olimpo.
E come sorvete à qualquer hora, em qualquer dia do ano: com calda, com merengue, com pedaços de chocolate e frutas… Com uísque. Se você nunca provou sorvete regado com um bom uísque, por favor, não esqueça de apresentar essa delícia ao seu departamento de luxúria culinária.
A luxúria dança tango, flamenco e gafieira; lhe serve qualquer estilo que se dance bem de perto, coxas entrelaçadas, olho no olho. Sinuosamente.
Ela canta a plenos pulmões, qualquer canção que lhe cause prazer. Mexendo as cadeiras, erguendo os braços, varrendo o chão. A luxúria é puro prazer e só sabe de si mesma.
A luxúria se espreguiça no silêncio, nas bençãos de um momento em paz, na quietude depois da festa. E brinca como criança, rindo a não mais poder, sentada no chão e com as mãos suja de terra. Ela estende os olhos pelas paisagens belas, ouvindo o barulho do vento nas folhas, e dorme embalada pelo barulho das ondas.
Luxúria é o pecado de ser livre, de apreciar cada momento com toda a força da alma, de desfrutar a vida em plenitude, de saber que cada segundo é único. De não ter vergonha de ser feliz, nem de ser de verdade.
A luxúria é o pecado de viver o hoje, o agora, sem desperdiçar tempo. A luxúria é o pecado mais autêntico de todos.

O sofisticado pecado da Luxúria é uma orgia do sentir com grande refinamento sensual. Necessita de tempo, qualidade, magia dos sentidos, liberdade de criação e abundância que é a condição de quem não tem medo da falta. Condição que o estressado homem atual está longe de possuir. Como ser um libertino, ou seja, como usar desmedidamente sua liberdade, se não sente condições de dispor de sua pessoa de forma livre e espontânea? Pobre homem atual, que como a Formiga de Esopo, apenas vê e imagina a Luxúria. Não corre o risco, no entanto, de cometer o pecado porque sua vida está aquém da condição de ser possuído pela Luxúria. Aquém de usufruir da sensualidade e abundância de estar vivo no planeta Terra.

Lembrem-se disso pessoal, vocês só podem se entregar à Luxúria, se realmente se dispuserem a viver, com tudo que a vida nos dá direito.
Abraços

quarta-feira, 4 de maio de 2011

The Seven Deadly Sins - Greed



Bem pessoal, realmente eu devo ser uma decepção pra quem lê esse blog. Falo que vou escrever sempre, e passo uma semana ou mais sem entrar aqui... e convenhamos, minhas postagens estão deixando a desejar. Mas vamos mudar isso logo, faltam dois pecados capitais, e o escolhido de hoje é a AVAREZA.
Bem, um pecado que eu posso dizer, com muito orgulho, que eu não pratico. Hehehe.. não que eu não seja apegado aos meus bens materiais e ao dinheiro, mas também não tenho nenhuma apego excessivo a eles, e compartilhar nunca foi um problema. 
Avareza é isso pessoal, o apego exagerado ao dinheiro e aos bens materiais. Bem, apesar de ser um pecado capital, e por isso totalmente condenado pela igreja, temos que concordar que nossa sociedade capitalista nos leva diretamente a ele. Pois sem dinheiro, não somos nada. E qual o melhor modo de ficar rico? Guardando seu dinheiro, a ponto de deixar seus parentes passando fome, antes de emprestar alguma coisa. Pode parecer terrível olhando desse ponto de vista, mas a própria humanidade se encaminhou pra esse lado, colocando a moeda acima de seus próprios princípios. Isso gera a pessoa egoísta. 

Ainda de acordo com a definição usual, valores imateriais como a inteligência, cultura, arte, beleza e amor não existem para o avarento, pois tais elementos são abstratos e não podem ser convertidos em dinheiro.
O avarento renega aos próprios desejos e necessidades para ter apenas uma possibilidade de gozar do fato de poder possuir um pouco mais de dinheiro em suas economias.

Relato de Jung

"Vi muitas vezes que os homens ficam neuróticos quando se contentam com respostas insuficientes ou falsas às questões da vida. Procuram situação, casamento, reputação, sucesso exterior e dinheiro; mas permanecem neuróticos e infelizes, mesmo quando atingem o que buscavam. Essas pessoas sofrem, freqüentemente, de uma grande limitação do espírito. Sua vida não tem conteúdo suficiente, não tem sentido. Por esse motivo a idéia de desenvolvimento, de evolução tem desde o início, segundo me parece, a maior importância".

Jung nos mostra nesse relato, a importância em se buscar o sentido da vida, que com certeza não é adquirido através da aquisição de bens. Somente quando o homem tomar consciência do seu próprio mundo interior, poderá deixar a doentia preocupação com as aparências e com a conseqüente frustração gerada pelo vazio causado na busca desenfreada pelo mundo externo e, nesse momento, poderá encontrar o sentido da sua própria vida.



"Há homens nascidos para possuir e que sabem vivificar tudo o que possuem. Outros não o sabem; a sua riqueza falta graça; parece um compromisso firmado com seu caráter. Dir-se-ia que roubam os próprios dividendos. Deveriam possuir aqueles que sabem administrar, não os que acumulam e dissimulam, não aqueles que quanto mais possuem, mais mendicantes se mostram, porém aqueles cuja atividade dá trabalho a maior número, abre caminho para todos". 
(Ralph Waldo Emerson, A conduta para vida, p. 71).